quinta-feira, 30 de julho de 2015

Escolhas certas

Estar disponível é diferente de estar a disposição.
E não é que esteja disponível que se estará a disposição.
Estar disponível implica-se em ter escolhas.
Estar a disposição implica-se em ser a escolha.
Estar disponível significa somente que você está só, mas não necessariamente que se esta a procura de alguém.
Estar a disposição te coloca numa situação de aceitação do que vier.
Realmente é disso que a vida é feita, " escolhas"; e é através delas que você colhe consequências, ou sofrimentos ou alegrias.
Temos que aprender a fazer nossas escolhas sem influência da carência emocional. Todas nos servem de aprendizado, mas nem todos aprendem com elas.
Que sejamos disponíveis para fazer amigos, viver um amor, fazer um favor; e nunca estejamos a disposição de fatores externos  que tirem nossa paz e que criem ilusões de que são os fatores externos que nos farão felizes.



Fonte foto: Flávia Corrêa

terça-feira, 21 de julho de 2015

Ela, imperfeita e bem resolvida

Bem resolvida demais para aceitar o morno, o pouco, a dúvida.
Sabia tanto o que queria e muito mais o que não queria.
Não se fazia de perfeita para ser aceita. Modelos de conduta  fabricados em série o mundo está cheio.
Se contentava em ser sozinha enquanto o que não se encaixava no que ela achava que merecia não aparecia.
Desespero de ficar sozinha nunca a assombrou. Podia até sentir solidão, mas não se submetia a ficar com qualquer pessoa por carência.
Queria uma pessoa "pronta", "inteira", que estivesse na mesma sintonia e que buscasse valores iguais os seus.
 Bem resolvida demais para achar que só se é feliz tendo alguém. Sabia que era bom e que complementava a felicidade ter alguém, mas não colocava a responsabilidade de ser feliz nas mãos de ninguém.
Era autora da sua história e não coadjuvante.
Escolhia, e nunca era escolhida.
Não se contentava com migalhas, sabia seu limite e até onde iria.
Não se violentava para agradar ninguém, mas aceitava as pessoas como elas são.
Buscava ter alguém, mas não se subjugava.
Não se achava o máximo, mas o mínimo não a contentava.
Precisava encontrar quem a visse com esses olhos, que também fosse bem resolvido e que
se conhecesse; só assim poderiam caminhar lado a lado, no mesmo compasso, na mesma velocidade, na mesma certeza.




Fonte foto: Chris Cançado